Minha mãe me levou ao aeroporto com as janelas do carro
abertas. Fazia 24 graus em Ottawa, o céu de um azul perfeito e sem nu-
vens. Eu estava com minha blusa preferida - sem mangas, de renda bran-
ca com ilhoses; eu a vesti como um gesto de despedida. Minha bagagem
de mão era uma parca.
No Candado de Perth, no sul da província de Ontário, há uma ci-
dade chamada Stratford, quase constantemente debaixo de uma cobertura
de nuvens. Chove mais nessa cidade insignificante do que em qualquer outro
lugar do Canadá, Foi desse lugar e de suas sombras melancólicas e
onipresentes que minha mãe fugiu comigo quando eu tinha apenas alguns
meses de idade. Nessa cidade eu fui obrigada a passar um mês a cada verão
até ter 14 anos. Foi então que finalmente bati o pé. Nos últimos três verões,
meu pai, Carlos, passou duas semanas de férias comigo na Califórnia.
Era em Stratford que agora eu exilava - uma atitude que assumi com
muito pavor. Eu detestava Stratford.
Eu adorava Ottawa. adorava o sol e o calor intenso. Adorava a cidade
vigorosa e esparramada.
- Carol - disse minha mãe, pela centésima vez, antes de eu entrar no
avião - , você não precisa fazer isso.
Minha mãe é parecida comigo, a não ser pelo cabelo curto e as rugas
de expressão. Senti um espasmo do pânico ao fitar seus olhos arregalados e
infantis. Como eu podia deixar que minha mãe amorosa, instável e descui-
dada se virasse sozinha? é claro que ela agora tinha o Pitter, então as contas
provavelmente seriam pagas, haveria comida na geladeira, gasolina no carro
e alguém para chamar quando ela perdesse, ma mesmo assim...
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Aí esta o primeiro capitulo, comentem!!!!!!!!!!!
eu vou começara postar todas as sextas e alguns sábados
bjsssss
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