contando essa mentira com tanta frequência que agora parecia quasecon-
vincence.
- Diga a Carlos que mandei lembranças.
- Vou dizer.
- Verei você em breve - insistiu ela.- Pode vir para casa quando qui-
ser... Eu volto assim que você precisar de mim.
Mas eu podia ver, nos olhos dela, o sacrifício por trás da promessa.
- Não se preocupe comigo - insisti. - Vai ser ótimo. Eu te amo, mãe.
Ela me abraçou com força por um minuto e depois entrei no avião, e ela
se foi
De Ottawa a Toronto são quatro horas de voo, outra hora em um pequeno
avião até Kitchener, depois uma hora de carro até Stratford . Voar não me
incomoda; a hora no carro de Carlos, porém, era meio preocupante.
Carlos foi realmente gentil com tudo aquilo. Parecia realmente satisfei-
to que eu, pela primeira vez, fosse morar com ele por um período mais longo.
Já me matriculara na escola e ia me ajudar a comprar um carro.
Mas sem dúvida seria estranho com Carlos. Não éramos o que se cha-
maria se falantes, e eu não sabia se havia alguma coisa para dizer. Sabia que
ele estava bastante confuso com minha decisão - como minha mãe antes de
mim, eu não escondia o fato de detestar Stratford.
Quando pousamos em KItchener, estava chovendo. Não vi isso como
um presságio - era apenas inevitável. Eu já tinha dado adeus ao sol.
Carlos me aguardava na radiopatrulha. Eu também esperava por isso.
Carlos é o chefe de polícia Boner para o bom povo de Stratford. Minha principal
motivação por trás da compra de um carro, apesar da verba escassa, era que
me recusava a circular pela cidade em um carro com luzes vermelhas e azuis
no teto. Nada deixa o trânsito mais lento do que um policial
Carlos me deu um abraço desajeitado com um só braço quando eu cam-
baleei para fora do avião.
- É bom ver você, Carol - disse ele, sorrindo enquanto automatica-
mente me segurava e me firmava - Você não mudou muito. Como está
a Danielle?
- A mamãe está bem. É bom ver você também, pai. - Eu não tinha
permissão para chama-lo de Carlos na frente dele.
Eu tinha só algumas malas. A maior parte das minhas roupas de Ottawa
era leve demais para washington. Minha mãe e eu havíamos juntado nossos
recursos para completar me grande guarda-roupa de inverno, mais ainda assim
era reduzido. Coube tudo muito bem na mala da viatura.
- Achei um bom carro para você, baratinho - anunciou ele quando
estávamos afivelando o cinto.
- Que tipo de carro? - Fiquei desconfiada do modo como ele disse "um
bom carro para você" em vez de simplismente "um bom carro".
- Bom, na verdade é uma picape, um Chevy.
- Onde o achou?
- Lembra do Billy Black, De Hamilton? - Hamilton é a pequena reserva
indígena no litoral.
- Não.
- Ele costumava pescar com a gente no verão - Incentivou Carlos.
Isso explicava por que eu não me lembrava dele. Eu era bastante compe-
tente em bloquear da minha memória coisas dolorosas e desnecessárias.
- Ele agora está numa cadeira de rodas - continuou Carlos quando eu não
respondi -, não pode mais dirigir, e ofereceu a picape por um preço baixo.
- De que ano? - Eu podia ver, pela mudança em sua expressão, que
esta era a pergunta que ele esperava que eu não fizesse.
- Bom, o Billy trabalhou muito no motor... Na realidade só tem al-
guns anos.
Eu esperava que ele não me subestimasse a ponto de acreditar que eu
desistiria com tanta facilidade.
- Quando foi que ele comprou?
- Comprou em 1984, eu acho.
- Ele a comprou nova?
- Bom, não, Acho que era nova no início dos anos 60... Ou final dos anos
50, no máximo - admitiu ele timidamente.
- Ih... Pai, eu não entendo nada de carros. Não conseguiria consertar se
alguma coisa desse errado, e não posso pagar um mecânico...
- Na verdade, Carol, o troço funciona muito bem. Não fazem mais carros
assim.
O troço, pensei comigo mesma... Era possível - como apelido, na melhor
das hipóteses.
- É barata barata mesmo? - Afinal, essa era a parte em que eu não po-
deria contemporizar.
- Bom, querida, já está quase comprado para você. Como um presente de
boas-vindas. - Carlos me olhou de lado com uma expressão esperançosa.
-------------------------------------------------------------------
continuaaaaaaaaaaa, comentes pf!
posto o próximo capítulo sexta
recursos para completar me grande guarda-roupa de inverno, mais ainda assim
era reduzido. Coube tudo muito bem na mala da viatura.
- Achei um bom carro para você, baratinho - anunciou ele quando
estávamos afivelando o cinto.
- Que tipo de carro? - Fiquei desconfiada do modo como ele disse "um
bom carro para você" em vez de simplismente "um bom carro".
- Bom, na verdade é uma picape, um Chevy.
- Onde o achou?
- Lembra do Billy Black, De Hamilton? - Hamilton é a pequena reserva
indígena no litoral.
- Não.
- Ele costumava pescar com a gente no verão - Incentivou Carlos.
Isso explicava por que eu não me lembrava dele. Eu era bastante compe-
tente em bloquear da minha memória coisas dolorosas e desnecessárias.
- Ele agora está numa cadeira de rodas - continuou Carlos quando eu não
respondi -, não pode mais dirigir, e ofereceu a picape por um preço baixo.
- De que ano? - Eu podia ver, pela mudança em sua expressão, que
esta era a pergunta que ele esperava que eu não fizesse.
- Bom, o Billy trabalhou muito no motor... Na realidade só tem al-
guns anos.
Eu esperava que ele não me subestimasse a ponto de acreditar que eu
desistiria com tanta facilidade.
- Quando foi que ele comprou?
- Comprou em 1984, eu acho.
- Ele a comprou nova?
- Bom, não, Acho que era nova no início dos anos 60... Ou final dos anos
50, no máximo - admitiu ele timidamente.
- Ih... Pai, eu não entendo nada de carros. Não conseguiria consertar se
alguma coisa desse errado, e não posso pagar um mecânico...
- Na verdade, Carol, o troço funciona muito bem. Não fazem mais carros
assim.
O troço, pensei comigo mesma... Era possível - como apelido, na melhor
das hipóteses.
- É barata barata mesmo? - Afinal, essa era a parte em que eu não po-
deria contemporizar.
- Bom, querida, já está quase comprado para você. Como um presente de
boas-vindas. - Carlos me olhou de lado com uma expressão esperançosa.
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continuaaaaaaaaaaa, comentes pf!
posto o próximo capítulo sexta
Continua =)
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